terça-feira, 11 de outubro de 2016

Não tenho mais 30, mas ainda tenho alma de criança


Difícil admitir quando não se tem mais 30,  mas que a alma ainda é de criança, depois de tantos anos, depois de ter passado pela adolescência, de já estar muitos anos na fase adulta, ainda permanecer com alma de criança pode ter seu ônus e seu bônus, haja terapia para entender se essa parte infantil nos beneficia ou nos atrapalha no amadurecimento, no crescimento pessoal.

O lado bom é sempre levar na brincadeira algo que te chateia, que não sai como você quer, que te ataca, que deixa você triste. Rir das  suas próprias desgraças é totalmente infantil, fazer piada de si mesmo é muitas vezes necessário. Sou de choro fácil e riso fácil, então quando as lágrimas chegam, mais tarde com certeza vou ligar para uma amiga e rir do motivo que me levaram a elas, rir da minha inteligência emocional infantil, da minha culpa em alguns atos que me levaram às lágrimas, porque não sou nenhuma criança inocente, então no fundo a gente sempre sabe o que vai fazer mal, o que não te cai bem,  insiste pela teimosia infantil, mas tem que aguentar as conseqüências como adulto, fazendo piada sempre que possível.

Temos o lado infantil de querer sempre brincar, de boneca, seja com filhos, sobrinhos , afilhados ou com nossos cachorros. De casinha, morando sozinha ou casadas. E o mais perigoso, ainda achamos que somos princesas e queremos príncipe encantado, chorando quando vêm os sapos e a gente insiste em beijar achando que vai virar príncipe e não vira.

Nessa semana das crianças, reflito então o quanto eu teria que amadurecer, sair dos contos de fadas, deixar de ser a vítima vestida de Chapeuzinho Vermelho na floresta culpando o Lobo Mau, vamos refletir até que ponto ela tinha que dar conversa a ele?!  Será que não se sentiu atraída? No fundo desobedeceu à mãe que a mandou ir direto sem dar conversa a ninguémr e se deu mal.

Pior ainda quando a gente se acha Cinderela, achando que o príncipe vai bater na nossa porta com o sapatinho de cristal. Bela Adormecida que vai ter o príncipe que com um beijo vai nos tirar do sono profundo (se bem que na versão moderna foi a Malévola).  No fundo quando a gente conhece alguém, sempre espera flores no trabalho, convite para jantar, cria expectativas infantis dos contos de fadas.


Acho que esse lado criança de conto de fadas fica desnecessário depois dos 30, mas que fique para sempre o lado criança do brilho dos olhos, da inocência de acreditar nas pessoas, de chorar quando há maldade, de sorrir quando há alegria, reciprocidade. Dia desses disse a um amigo que certas lágrimas são necessárias, porque tem certas coisas que acontecem e que temos que nos indignar, sofrer, chorar um pouco, quero estar longe da frieza, brutalidade e falta de sentimento, quero lágrimas passageiras, sorrisos freqüentes e brilho de esperança nos olhos, tipo de criança mesmo.

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